O Modelo é o ponto de partida de qualquer produção. Podendo ser uma peça física, um protótipo ou um simples desenho. O Modelo é a representação da necessidade, na medida em que nos dá todas as referências necessárias acerca do produto.
O desenho 2D ou 3D poderá ser considerado um tipo de modelo. Recorrendo ao desenho técnico, é possível desenvolver um produto, no entanto, será sempre necessário recorrer a uma prototipagem. Seja manual, através da impressão em 3D ou até mesmo com outros tipos de tecnologia.
Mesmo que maioritariamente o protótipo esteja sempre associado a um desenho, o protótipo pode partir de pequenas alterações realizadas num artigo já existente. Por outro lado, o conceito pode também surgir de um processo prático, como o caso do artesanato.
O modelo poderá por vezes partir de uma amostra física. Por norma este método é utilizado quando pretendemos replicar alguma peça já existente.
A Madre (ou peça mãe) é uma peça produzida com base no modelo. Esta serve como ponto de partida para a criação do molde. Sabendo que, durante o processo da cozedura a peça sofre uma retração, a Madre deverá ser maior em proporção na relação com o modelo original. Dependendo do tipo de conformação, a Madre poderá ser composta por vários materiais como o gesso, resinas, metais e até mesmo compósitos.
Sendo peças indispensáveis ao processo de conformação dependendo da tecnologia utilizada na produção, estas ferramentas podem ser compostas por gesso, resina (ou outro composto polimérico) e aço. Algumas técnicas, como o Roller, requerem a utilização de moldes em gesso, mas também de um contramolde em aço.
O gesso, é uma das principais matérias utilizadas na produção dos moldes. Principalmente utilizado em enchimento, dada a sua porosidade e capacidade de absorção, contudo, também poderemos verificar a sua utilização noutros tipos de tecnologia
Alguns compostos poliméricos, também conhecidos como resinas, são frequentemente utilizados na produção de moldes. Estes moldes apresentam uma grande resistência e durabilidade que permite modelar pastas com menos percentagem de água, tal como no caso da conformação por alta pressão.
Apesar de ser tão utilizado como o Gesso ou as Resinas, o metal continua a ser um material indispensável no desenvolvimento de ferramentas de conformação. Como acontece no caso do roller onde para além de um molde em gesso é utilizado um clichê giratório de metal que que por sua vez molda o interior do produto.
Dentro de vários tipos de conformação, na BEMORPORCE são utilizados maioritariamente 3 técnicas de conformação. A alta pressão, a conformação por Roller e a conformação por enchimento.
Esta técnica é utilizada principalmente na conformação de pratos, travessas ou mesmo tigelas. A resistência mecânica do molde aliada à pressão que é exercida sobre a pasta, confere aos produtos uma elevada qualidade não só em termos de forma, mas também na sua resistência.
A técnica do Roller é um processo mecânico onde a pasta cerâmica é colocada dentro de um vaso de gesso. Posteriormente, um clichê metálico que pelo movimento da rotação espalha a pasta cerâmica ao longo das paredes interiores do vaso, expulsando ao mesmo tempo a matéria excedente. Esta técnica é utilizada na produção de chávenas copos, tigelas entre outros.
A técnica do enchimento continua a ser uma excelente opção de conformação. Esta técnica consiste no enchimento de um molde de gesso com barbotina que depois de alguns minutos adere às paredes do molde dada a grande capacidade de absorção do gesso.
Depois da Conformação das peças são transferidas para uma estufa onde são submetidas a um ambiente especial eliminando grande parte da água existente na peça. O resultado final é uma peça mais leve, com uma textura diferente ao qual chamamos de Chacote ou Porcelana verde.
Depois de secas, as peças são submetidas a uma primeira cozedura. Aqui as peças em chacote são sujeitas a temperaturas de 1100ºC durante algumas horas. Neste processo, as peças sofrem uma retração que resulta da fusão dos vários componentes da pasta. Depois desse processo, as peças passam do estado de Chacote para o estado de Biscuit.
Desde o tradicional Branco, ao colorido, passando por cores como o preto mate ou o verde reativo, a técnica da vidragem consiste em criar uma fina camada de partículas de vidro ao longo de toda a peça.
Uma técnica utilizada no vidrado é a técnica da Cortina. Este método automático consiste em fazer as peças deslocarem-se sobre uma passadeira automática, por onde passam por uma solução aquosa de partículas de vidro que é vertida sobre as mesmas fazendo lembrar uma cortina.
A técnica da imersão, podemos considerar como sendo um processo que como o próprio nome indica, consiste na imersão da peça, em biscuit numa solução aquosa de partículas de vidro.
A técnica da pistola, ou da pulverização, é um método onde as peças são vidradas com a ajuda de uma pistola de ar comprimido que pulveriza as peças com uma solução de água com partículas de vidro. Este método é muito utilizado na finalização de artigos em bicolor.
Para a além da primeira cozedura, que dá origem ao Biscuit. As peças são submetidas a uma segunda cozedura. Esta segunda fase serve essencialmente para finalizar ao acabamento vidrado. As partículas de vido que aderem à superfície do Biscuit ao serem submetidas a altas temperaturas acabam por fundir criando uma camada de vidro em torno de todo o produto.
Dentro do acabamento Branco podem haver algumas variações de por dependendo da “atmosfera” onde as peças são cozidas. Podendo tornar-se mais bege. Esta reação é chamada de Oxidação.
Os acabamentos coloridos resultam da adição de partículas termoreagentes ao vidro durante o processo da Vidragem. Estas partículas, ao serem submetidas a altas temperaturas acabam por fundir junto do restante vidro sofrendo uma reação à temperatura, realçando a cor dos pigmentos.
Depois de terminadas as peças, existe ainda a possibilidade de as personalizar.
Uma destas técnicas mais utilizadas é a técnica do decalque. Esta técnica permite-nos decorar um grande número de artigos utilizando a mesma arte-final.
Durante este processo, uma borracha, que através de um processo mecânico, é pressionada sobre um clichê metálico com tinta e posteriormente transferida para a superfície a decorar, marcando a peça como se de um carimbo se tratasse. Esta técnica é principalmente utlizada na aplicação de backstamps.
Neste processo, a peça em rotação é pintada através de um ponto estático. Esta tecnologia é utilizada para decorar tigelas copos ou pratos.
É o último estágio até à finalização do produto. Apesar de que, depois do segundo fogo as peças já estejam finalizadas, este terceiro é utilizado especificamente para finalizar o processo da decoração por decalque. Aqui não é utilizada uma temperatura tão alta como nas outras cozeduras, contudo, as temperaturas podem ultrapassar os 850ºC.